30 de dezembro de 2010
Toda fome do mundo
Hoje eu vi um macaco comendo uma banana
Mas não uma banana dessas qualquer
Uma banana que nela se encontrava toda sua sobrevivência e toda sua fama
E com a calma de quem quer só viver tirou a casca da banana antes de comer, só faltou a colher
Sentado na sua triste jaula
E no olhar uma tristeza... Não! Eu que como humano a enxerguei
Pois a ele bastava saciar sua fome: fundamental aula
Que como homo sapiens nunca a entenderei
Hoje eu vi um macaco comendo uma banana
E deveria ser assim sempre
Ver toda fome ser saciada seja ela qual for.
Marcos Silva
28 de dezembro de 2010
Molho de macarrão sem moda nenhuma
Ingredientes:
- Uma lata ou aquele pacote de molho de tomate sabor tradicional (deve ser da marca e preço que lhe agradem)
- ½ cebola cortada em lascas
- 3 dentes de alho cortados em bons pedaços pela sua largura
- 20 gramas de alcaparras ou umas 20
- Azeite extra virgem
- Temperos desidratados: Salsa; Orégano e Manjericão ou Manjerona
Modo de fazer
Coloque um pouco de azeite para aquecer, doure primeiro o alho e quando estiver começando a ficar douradinho coloque a cebola até ela ficar brilhante, depois despeje o molho de tomate e coloque quase a mesma quantidade de água, coloque agora as alcaparras e os temperos desidratados (eu coloco uma boa quantidade de salsa a mesma de orégano e um toque de manjericão ou manjerona) deixe ferver e chegar ao ponto que você gosta mais ou menos espesso.
A massa deve ser de sua preferência, mas, por favor, tem de ser de Grano duro italiano e se você como eu adorar queijo parmesão pode colocar muito, o vinho, tinto é claro, pode ser um da uva Pinot noir. Tem chilenos com preços muito razoáveis a partir de uns 20 reais.
Bom apetite e lembre-se: Beba sem nenhuma moderação, só não dirija em hipótese alguma se beber qualquer quantidade.
22 de dezembro de 2010
Comunhão
Eu quero o som de um pequeno riacho
Destes de pedras límpidas e de água gelada
Lavar as mãos e todos os nossos pensamentos
Na fria e doce mina de água divina
Na grama morna e fresca deitar nossos corpos cansados
Olhar o céu infinito e sonhar mais que longe
E da beleza cintilante de estrelas e lua
Deixar a presença de Deus confortar nossas almas
Andar na noite morna de pés descalços
Qual andarilho sem rumo à procura de nós mesmo
E ao nos encontramos andarmos de braços dados com a vida
Num eterno caminhar de amigos que há muito não se viam
Quero da chuva mais intensa nos lavar
De todos os pecados deste mundo e de todos os mundos
Que desta água que do céu caia nos enxágüe as idéias
E da terra molhada floresça um novo brilho de amor
E que o sol aqueça nosso peito
Do seu calor conforte estes viajantes de há muito
E que sua luz nos ilumine para seguir sempre
O caminho da comunhão celestial.
Marcos Silva
Pra todos os filhos
Todos somos filhos de pais que não esperamos
Que difícil tarefa essa nossa
De amar incondicionalmente esses que não amamos
E somos condicionados a essa tarefa sempre tão dolorosa
Ah! Será que eles queriam ser nossos pais
Queriam nos amar também incondicionalmente
Ou será que como nós, só queriam viver em paz
De amar sem amor, e sofrer do amar pelo que obriga sua mente
Essa relação dolorosa e sem parâmetros
Que nos obriga, pais e filhos, a ser o que não somos
Amar e amar sem chance de ser, talvez, outros
Nossos pais, filhos sem ser o que esperamos
A única saída que vejo, única, nessa triste hora
É nos respeitar como humildes seres humanos
Que com sua frágil e sem vislumbrar daquela aurora
Nos contentarmos com essa proposta, noturna, e pra muitos anos
Viver e conviver sem ter nada o que fazer
Mas com a doçura da solidariedade inerente
Sem forças pra lutar e só deixar e lidar com esse querer
Ter a paz dos animais que se distinguem de nós por não serem apenas “gente”.
Marcos Silva
18 de dezembro de 2010
Quando vi já estava lá
Entrei sem querer na contramão
Quando percebi o mundo já tinha me visto
Tentei correr, fugir, mas me disseram não
Parei sem saber lidar com o obvio e com o previsto
Nessas horas de querência e desespero
Que a vida te diz só o que não fazer
Só me acho perdido e quase sem apelo
Da fuga sem rumo e de todo o não o: ser
Corro, fujo e mudo de direção
Dum tema sem concordância e sem qualquer texto
Como perda de um solitário coração
Que não sabe sequer dizer ou fazer aquele saboroso molho pesto
Nessa briga vã de mares sem rumo
Que esse coração sempre, sem poder, quer enfrentar
Digo a mim mesmo e com tal intuição e sem nenhum prumo
Que é a hora de infringir seu mais temeroso e invencível mar
Fico quieto por um segundo
Nessa hora de talvez resignação
Vou parar de me encarar e aceitar ser o segundo
Dessa triste, mas verdadeira e triste vocação.
Marcos Silva
12 de dezembro de 2010
De inferior soberba
11 de dezembro de 2010
Milton Nascimento - Clube da Esquina
Composição: Lô Borges / Márcio Borges / Milton Nascimento
Noite chegou outra vez de novo na esquina
Os homens estão, todos se acham mortais
Dividem a noite, a lua até solidão
Neste clube, a gente sozinho se vê, pela última vez
À espera do dia, naquela calçada
Fugindo de outro lugar.
Perto da noite estou,
O rumo encontro nas pedras
Encontro de vez, um grande país eu espero
Espero do fundo da noite chegar
Mas agora eu quero tomar suas mãos
Vou buscá-la onde for
Venha até a esquina, você não conhece o futuro
Que tenho nas mãos.
Agora as portas vão todas se fechar
No claro do dia, o novo encontrarei
E no curral D'el Rey
Janelas se abram ao negro do mundo lunar
Mas eu não me acho perdido
No fundo da noite partiu minha voz
Já é hora do corpo vencer a manhã
Outro dia já vem e a vida se cansa na esquina
Fugindo, fugindo pra outro lugar
E no curral D'el Rey
Janelas se abram ao negro do mundo lunar
Mas eu não me acho perdido
No fundo da noite partiu minha voz
Já é hora do corpo vencer a manhã
Outro dia já vem e a vida se cansa na esquina
Fugindo, fugindo pra outro lugar
pra outro lugar
lugar.
10 de dezembro de 2010
Amor de louça suja depois da janta
Sobre vinhos que os "conhecedores" dizem não estarem prontos.
Este é um comentário para os iniciantes do mundo dos vinhos: Você vai ler em algum blog de um pseudo-conhecedor de vinhos que fica lendo coisas na net e acha que informação é igual a conhecimento, algo mais ou menos assim sobre um vinho que para ele ainda não esta bom:
“Este vinho ainda está muito jovem, vamos dizer ”verde” e com mais um tempo na garrafa deve melhorar”.
Quer dizer que segundo eles o “incompetente” do Enólogo que estudou para fazer um bom vinho, acompanhou todo o processo, fez de tudo para colocar na garrafa o melhor que podia se extrair daquela safra e uva colocou no mercado um vinho ruim para se beber agora e que só daqui alguns meses ou anos é que vai estar bom!!! Menos né! Se o vinho esta à venda e ainda não esta bom, pois esta muito alcoólico, acido ou seja lá o que for é por que ele é ruim mesmo e ponto final.
9 de dezembro de 2010
Postales del fin del mundo malbec 2010
8 de dezembro de 2010
Caras palavras
Que tais palavras, duras e sem nenhum sentimento, são estas
Que apenas se deixam, sem rima e nem prosa, escrevê-las
Como fado, sem digno interprete que sempre percebemos que sobram, neles, arestas
Como lã de indisciplinadas e indulgentes e más ovelhas
Palavras como os sentimentos sempre e sempre se vão
Nunca, mas nunca mesmo se rendem nem se submetem
A qualquer, principalmente a qualquer vulgar sedução
Que as faça serem menores por si sós e se denunciarem fragilmente a não cumprirem o que prometem.
Marcos Silva
Miolo Seleção Tempranillo/Touriga – 2009
Eu percebi, ao quase não conseguir tomar sequer uma taça deste vinho já que normalmente tomo toda a garrafa e olha que já tomei muito vinho chinfrim, mas consegui tomar a garrafa inteirinha, que a MIOLO deve achar que Portugueses e Espanhóis se odeiam, pois este Tempranillo uva referencial da Espanha e a Touriga uva referencial de Portugal é simplesmente HORRÍVEL, MAL FEITO, ALCOÓLICO TENDO SÓ 12,5% DE TEOR ALCOÓLICO É MUITO MAIS MUITO RUIM.
Se esconda dele ao passar pela prateleira
4 de dezembro de 2010
Dos nossos avôs
1 de dezembro de 2010
Quero ser apenas e inescrupulosamente um ser humano
28 de novembro de 2010
Desprendimento
Num momento qualquer desta tarde de primavera
Senti o quanto o desprender me custa
Aquela folha mais alta desta imensa era
Que a mim me traz o que mais temo e tanto me assusta
Olho no seu coração e sinto que frágil se mostra
Quero protegê-la como cavaleiro da mais nobre época
Subo no meu cavalo e veloz parto! Mas de repente ele se prostra
Pois este simples guerreiro se quer tem sua própria oca
Sou inseguro e frágil, um homem à procura
Nesses mais de cinqüenta anos que aqui permaneço
De todas as tentativas em descobrir a minha melhor loucura
Que me faça ter certeza que minha dignidade não tem preço
Só sei amar com meus erros, mas de peito aberto
E sei levantar de cabeça erguida dos meus tropeços
Quero ter você ao meu lado, companheira e por perto
Para termos sempre o mais lindo de todos os nossos recomeços
Olhar sempre com paixão
E ver que nosso peito não mente
Reconhecer nele um doce coração
Que bate com fervor por um amar s-i-m-p-l-e-s-m-e-n-t-e.
Marcos Silva
26 de novembro de 2010
Tem horas que dá uma vontade de fugir
Esses momentos serão sempre só meus
Que por toda a vida hei de guardar
Na mais frágil, que há, e doce lembrança dos meus eus
Daquele terrível e do-ce-men-te bravio e intransponível mar
Espero que um dia só povoem meus tempos e minha alma
Que desejo sejam atemporais e com muito brilho
E que o sentimento que me povoa e me acalma
Possa sempre reluzir nesse quieto e firme trilho
Horas que de anos ou eras se transformam
Sem nenhuma tola ou descente saída
Me testam e me trazem essa intransponível prisão
Por tê-la apenas como único trem de partida
Vou transpô-la com toda delicadeza que não possuo
A cada hora, dia, mês, ano sei lá! Talvez a cada maldito segundo
Em que sofro de indecente fragilidade, mas mesmo assim continuo
Sendo um Dom Quixote, mesmo raso, mas querendo atingir o profundo
Na quinta termino sem pensar nessa dura hora e em mais nada
De todo o porvir raso dessa tênue e hipócrita humanidade
Que só se vale e, que pena, de não saber o que é uma doce madrugada
E que se danem todos que não tem por convicção a mais frágil do-ci-li-da-de.
Marcos Silva
22 de novembro de 2010
De amor de filha
Depois da segunda taça
Tomo vinho pela embriagues que me dá
Como se isso não fosse o melhor de todos os motivos
Que até de um Torridor de box será isso seu nome? Sei lá!
Mas depois da segunda taça, todos são óbvios e pra mim intuitivos
Vinho é como passar um pouco adiante
De tudo: dos problemas; das dificuldades e até dos prazeres
Pois tudo fica num mesmo plano e como no quartel de Abrantes
A vida caminha calma como sempre deveria ser, apesar de todos os dizeres
Citarei nessa hora o maior de todos os poetas primários
Que de versos e rimas ricas não se preocupava, Vinicius de Moraes o poetinha
Para dizer o que sentia e da forma que lhe cabia no seu secreto armário
Que o “homem” nasceu, sim, uma dose antes e por isso sempre se aporrinha
Que o vinho traga para todos nossas melhores e puras emoções
Que faça cada qual ter o quem nem tem coragem de ser
E por isso num tom quase magistral que rege só as melhores canções
Traga no seu “íntimo-pessoal” todas as bravatas que sempre quis dizer
Que essa descrição não seja definitiva nem completa
Para que sempre possamos nesse túnel continuar
A dizer tudo que não sabemos e ainda assim sentirmos quase repleta
A melhor sensação que o vinho, em nós, pode pra sempre perpetuar.
Marcos Silva
21 de novembro de 2010
Nosso amar de sempre
Luar de setembro
De brilhar em qualquer espaço do universo
Sem mesmo que haja luz para refletir
Tua disposição de vencer presta ao meu melhor verso
Uma vontade de consigo sempre querer existir
Dum olhar inquietante às vezes austero
De menina sozinha ou de mulher decidida
Fica um gosto de tudo o que quero
Na tu vã bondade que se faz, de tanto em tanto, aparecida
Mulher de características intrínsecas e de dúvidas plenas
Que dos meus ais se comove de tempos
Solta esse coração sereno e de cores amenas
Ao meu olhar que te espera nos mais bravios de todos os ventos
Virginiana que te faz essa mulher oculta
Qual flor a se descobrir e em cada pétala se desvendar
Preenche esse meu coração que se ocupa
De sofrer por não entender-te vária e a se procurar
Ao teu lado quero sempre estar
Partilhar do teu íntimo: esse profundo mar
E desse teu coração inquieto: bolhas livres no ar
Do meu amor-maior sem amarras pra sempre poder-te ofertar.
Marcos Silva
15 de novembro de 2010
Este inerente e único calor que só nos resta para nossa promíscua alma.
14 de novembro de 2010
Mediocridade: Como condição imprescindível do ”ser-humano”
10 de novembro de 2010
Fiasco italiano - Sangiovese di Toscana 2009 (Bonacchi)
7 de novembro de 2010
FORNATTA DI NAPOLI - Mogi das Cruzes(FUJA!!!!!!!!!)
Esqueça o que esta escrito abaixo, pois despencou a qualidade, trocou de gerente várias vezes a Fernanda pediu demissão e nessa última vez em 26/08/2011 todas as comidas estavam FRIAS!!!!
Dentro do shopping da cidade de Mogi das Cruzes, tem uma boa mesa de saladas e pratos quentes, mas algumas massas e os molhos feitos pelo chefe de cozinha italiano Andreas e do agradabilíssimo atendimento da Fernanda são divinos, os nhoques e o ravióli de nozes são insuperáveis, o resto das massas, que não são feitas pelo Andreas e sim massas de pacotinho de supermercado, infelizmente, por conta de um "empresáio-proprietário" deixam a desejar. A carta de vinhos, pelo mesmo motivo, não condiz com a qualidade do atendimento e das opções gastronômicas.
Após todas as medíocres tentativas do seu "proprietário" saiu, em março de 2013, do Shopping de Mogi das Cruzes, o Fornatta, naufragou com sua burra mesmice em se achar único.
6 de novembro de 2010
Só pros amigos
Uma lágrima que do nosso covarde coração se desprende
Mesmo que única, solitária, tem seu imenso valor,
Pois da sua menor lembrança, sutil, se surpreende.
Ah! Esse nosso coração como sofre, por ter que guardar tanto amor.
Ah! Que belos defeitos tem nossos amigos
Pois a eles, e só com eles, podemos nos perdoar
Sem nenhum interresse, ou pudor, nem dos mais antigos
Só a felicidade de poder sentir, com eles, nosso mesmo e tranqüilo mar.
Que a amizade seja sempre esse brinde eterno
E que nunca, nunca despovoe nenhum coração.
Que se faça como um delicado carinho materno
Acima de qualquer erro, credo ou religião.
Marcos Silva
4 de novembro de 2010
Nosso amor de sempre
3 de novembro de 2010
A cada dia um passo mesmo que fraco.
2 de novembro de 2010
Amar deve ser assim
31 de outubro de 2010
Pelourinho
Nessa hora escura, melancólica e doce de puríssima e boa solidão
Me reencontro com tudo, tudo de que, quase sempre, discretamente fugi
Das tolas desavenças as mais doidas idéias e sem nenhuma razão
Fico quieto, a espreita de um dia chegar ao topo daquele monte, o Fuji
Poder só com a gente mesmo contar
Nas tristezas as mais bravas e notórias conquistas
Sem ter com quem comentar e assim mesmo pular praquele patamar
Chega de regras, paro nessa com a mais firme e duvidosa, faço vistas!
Essa termina com o mesmo final das histórias que de criança sempre me deleitei, mas não por lê-las e sim por vivê-las e senti-las, só que de Salvador, Soteropolitanamente: Viva Nosso Senhor do Bonfim.
Marcos Siva
30 de outubro de 2010
Música suave
Quão solto e imenso no meu mundo fico
Mesmo sendo pequeno e normalmente particular
De corações sofridos, mas atentos, às vezes tão ridículo
Mas forte e bravio feito aquele meu, só meu, imenso mar
Coração pulsante, feito destino cruel
De tanto mar agitado nem sequer se perdoa
Da doce e tão crível doçura do mel
Olha este teu amor e pensa! Coração perdido e a toa!
Ah! Este mar a minha volta
Que meu peito apertado o chama
Tanto temo a sua revolta
Que mar! Meu peito diz que te ama e te ama
Coração dentro do meu peito
Feito chama que se inflama
Ao menor risco de carinho, do seu jeito
Se entrega e quão, decididamente sem pudor, frágil se derrama
Vida dos olhos que ao meu controle escorre
Pois como vã dominadora do meu ser
Aos pés do meu coração se põe como a um porre
Que um dia depois a de se arrepender
De palavras sem nexo meu amor sobrevive
Tal música que nem sei por que me tocou
Como ágil Fênix que sempre quer ser livre
Mas cai ao menor vento que a soprou.
Marcos Silva
27 de outubro de 2010
Que a Ele eu possa sempre fazer minha melhor deferência.
Que eu possa sempre e sempre em cada sutil detalhe a Deus poder agradecer
Por num momento qualquer me ter feito essa frágil e besta pessoa
Que se comove até com comerciais dos mais baratos que usam de qualquer lindo amanhecer
Desde que falem de qualquer valor: de valente coração a sentimento mais à toa.
Marcos Silva
23 de outubro de 2010
Da água porque para o vinho
20 de outubro de 2010
Frágil telegrama
19 de outubro de 2010
O que toca fundo o coração
Minas Gerais
Composição: Novelli e Ronaldo Bastos
Com o coração aberto em vento
Por toda a eternidade
Com o coração doendo
De tanta felicidade
Coração, coração, coração,
Coração, coração, coração, coração, coração
Todas as canções inutilmente
Todas as canções eternamente
Jogos de criar sorte e azar.
Quando esse intransferível martírio terminar.
Enquanto você do fubá queria só do “prime” saber
Eu do prazer, por única opção, só me importava
Nessa hora de mediocridade, mas salvadora e de doce querer
Em mim o melhor, desesperadamente solidário, se pronunciava
Vou terminar de segunda e sem me preocupar
Sem me importar com as tais inefáveis e destruidoras conseqüências
Pois na minha doce mediocridade de contundente e bravio, aquele só meu: mar
Que me salvem todos os tolos de amor e das tais delicadas subserviências
Espero... Mentira, mentira eu nem sequer sei suportar
Tua mendiga vitória, que sentimento frio e sem cor
É essa a maior de todas as razões para querer aquele, só meu, arredio e indomável mar
Que me conforta me tranqüiliza e me traz de volta e espero sem nenhum corrosivo rancor.
Que o trabalho seja nossa maior e melhor forma para que Deus, na sua menor redoma, possa nos redimir e nos perdoar de todas nossas mais doces e delicadas, mas fundamentais fragilidades.
Marcos Silva
04/07/2010
Peter Nagy - Um rebelde, doce e frágil sonhador.
Tão forte, ranzinza e com a alma da mais pura criança.
O que eu posso dizer desse cara
Que com admiração vim a encontrar
Numa fase de formação e impressões raras
Veio ao meu encontro como um vulcão prestes a “eruptar”
De nome estranho e estrangeiro
Mas leve e amoroso como uma manjedoura
Que do seu filho protege acima de qualquer, sim qualquer dinheiro
Tinha uma fé inabalável e admiravelmente duradoura
Nem a maioridade eu tinha completado
Que sensações meu peito descobria
Mas seu intelecto e olhar, às vezes irritado,
Me traziam um não sei que de amor e de alforria
Esse cara que dos conceitos burgueses, e eu sei lá, se isso lhe importava
Me trouxe com seu olhar de menino uma profunda admiração
De ser o que eu nem sabia se capaz seria, mas já amava
De ser contestador fiel e sempre com a mais fervorosa provocação
Seu nome diferente e estrangeiro, como disse antes, era Peter
Que na mais medíocre de todas as comparações
Foi como o Pan que jamais se entregava e com alma forte e leve como éter
Me guia, com toda sua pureza, a manter ainda todas as minhas prazerosas e tolas paixões.
Uma homenagem simples, mas de coração ao querido e saudososo Peter Nagy
Marcos Silva
16 de outubro de 2010
MAS É CLARO QUE O SOL...
Mais Uma Vez
Composição: Renato Russo, Flavio Venturini
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei...
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem...
Tem gente que está
Do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar...
Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém
Em quem confiar
Confie em si mesmo...
Quem acredita
Sempre alcança...
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei...
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem...
Nunca deixe que lhe digam:
Que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos
Nunca vão dar certo
Ou que você nunca
Vai ser alguém...
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém
Em quem confiar
Confie em si mesmo!...
Quem acredita
Sempre alcança...
Antes do banho
14 de outubro de 2010
Da vida que poucos fracos se atreveram a viver
Fiz dessa minha cotidiana vida muito, mas muito pouco
Que em tese se deveria burguesamente ter feito
Coloquei esse frágil peito muitas e muitas vezes como louco
A prova sem saber se sequer resistiria: peito cheio de defeito
Da dor que o teimoso, mas fraco pode resistir: triste e oco
A querer ser, num momento de demência, inescrupulosamente perfeito
E mesmo assim me deleitar por ter sido atrevido e fugaz, talvez outro
De coração batendo com toda essa ultrajante arritmia, mas que audaz efeito.
Marcos Silva
10 de outubro de 2010
Coração bandido
De amores breves e vulcânicos eu sempre vivi
E de suas mais temerosas e assustadoras erupções sobrevivi
E aqui vivo sem saber se até hoje presenciei ou se na verdade decidi
Se esse peito gosta de sofrer ou eu, verdadeiramente, já quase morri
De tanto amar e nem queria saber se era correspondido
Mas esse coração sem vergonha, meu mais ardiloso bandido
Que de veras e mentiras me trapaceava
E nem se quer no mais íntimo do meu calor me respeitava
Ah! Coração sem eira e nem beiras
Que de tristes e prazerosas paixões me retribuiu
De amores fadados a mais de todas: tolas besteiras
E que me contemplavam como rei, besta, de um único rio
Esses amores sem nenhuma avaliação
Que do meu coração se impuseram
Hoje os sinto na mais antiga canção
E sempre, nem sei na verdade, o porquê vieram
Sigo na sua mais tênue caminhada
Que para me fazer um pouco mais feliz
Podia ser uma cara e nobre cavalgada
Mas que insiste em ser ainda a mais tola de todas: meretriz.
Marcos Silva
7 de outubro de 2010
Hambúrguer do Bar do Seu Oswaldo
Resenha por Helena Galante:
É um clássico do Ipiranga. Apesar do ambiente sem conforto, quase sempre há fila para conseguir um lugar no balcão e provar o ótimo cheese salada. Avesso à moda dos hambúrgueres altos, o endereço mantém seus bifes beeem fininhos. No lugar de fatias de tomate, coloca sobre o pão um suave molho de tomate fresco. A mudança parece sutil, mas faz toda a diferença. Pregado na parede, o cardápio anuncia também cheese egg, com um ovo estalado, e cheese calabresa.
O preço é meio salgado, mas vale experimentar.
Endereço: Rua Bom Pastor, 1659
Bairro: Ipiranga
São Paulo
30 de setembro de 2010
Um triste e delicado olhar de amar
26 de setembro de 2010
Se Puder Sem Medo
Oswaldo Montenegro
Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava.
25 de setembro de 2010
Nosso doce e ultrajante amor
24 de setembro de 2010
Rosa de Hiroshima - E a gente achou que seria o pior que o ser humano seria capaz!
Vinícius de Moraes / Gerson Conrad
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
11 de setembro de 2010
De “ignorante” beleza
Noiva e de todas a mais linda, e que de Dom divino nem inveja em si trazia
Não provocava sequer nenhum horror
Pois por não se saber Divina modestamente se sentiu apenas feliz e vivia
Com o pouco que Deus tinha pra lhe oferecer e não sentia dos outros nenhum rancor
Vive ainda de sua infinita beleza, mas Ele sabe que ela nunca disso se fez:
Poderosa ou soberba e nem triste inconformada grande atriz
Soube-se como alegre criança escolher seu tempo e sua diretriz
Para estar nesse mundo triste com que de-li-ca-da e sublime altivez.
Pra minha querida mãe Dona Lucia
Marcos Silva
A gente que não repara
10 de setembro de 2010
7 de setembro de 2010
Rei de Oyo
Que justiça é essa que da cor depende
Como tudo que é “concreto” se cair trás dor
Não enobrece nem evolui a serpente
Que a todos nós só pode trazer esse incompreensível calor
Seu nome a todos traz respeito ou pavor
Até de quem nem sabe o que fala
Mas na tua presença te pede o mais simples louvor
Pensa que sabe, e quando vê trouxe sua própria trava.
Esse amigo de vidas passadas
Que teima em nos atormentar com sua voz serena
Cavalga e com que garbo e com que passadas
Que só um rei pode tê-las e sempre tão plenas
Xangô teu nome nos faz pensar
Que a vida e ética e só para alguns
Pois não temes a nada e podes até se matar
Em nome da justiça ou de qualquer egum
De trevas e sol vive essa entidade
Que pode nos parecer inatingível
Mas quando o tens no coração, qual divindade
Percebe-se sua grata e delicada alma visível.
Kawó-Kabiesilé Xângo
Marcos Silva
Doce sentimento
Do filme Irmão sol irmã lua
Se todos nós pudéssemos só com o coração ouvir e apenas senti-lo
Talvez em único, breve e doce instante como o de Clara e de Francisco
A vida de igual e de humano sentimento nos trouxesse tão perto daquilo
Que Ele só para os de bom coração fala e sempre de um jeito tão esquisito.
Marcos Silva
6 de setembro de 2010
Apenas um olhar distante
Triste criança de olhar distante
Que teima ainda em existir
Implora calado, sofrido talvez um só instante
Para que Ele possa a todos nós nos redimir
Pede no seu coração pequeno
Que a vida não o abandone, implora!
Para que nós, firmes terrenos
Façamos o mais longe possível a sua última hora
Triste criança de olhar distante
Que olha para um mundo só seu
Por que dessa vida ainda restante
Roga apenas por um gesto de carinho Seu
Ainda não caminha de tão fraco, seu destino
Mesmo que os anos lhe digam o contrário
Mas resiste, suporta como um Deus-menino
E com seu coração sem mágoas segue seu solitário e único calvário
Talvez morra pela terrível seca que assola esse Nordeste moreno
E como um Querubim povoará esses grandes sertões
Olhando de muito perto todas as crianças com seu olhar sereno
Preenchendo com esperança os seus pequeninos corações.
Marcos Silva
5 de setembro de 2010
Arrogante e nem por isso menor idiossincrasia
4 de setembro de 2010
O que da lembrança não se perdeu
30 de agosto de 2010
Delicada inverdade
29 de agosto de 2010
Triste do lar rainha
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