18 de dezembro de 2010

Quando vi já estava lá


Entrei sem querer na contramão
Quando percebi o mundo já tinha me visto
Tentei correr, fugir, mas me disseram não
Parei sem saber lidar com o obvio e com o previsto

Nessas horas de querência e desespero
Que a vida te diz só o que não fazer
Só me acho perdido e quase sem apelo
Da fuga sem rumo e de todo o não o: ser

Corro, fujo e mudo de direção
Dum tema sem concordância e sem qualquer texto
Como perda de um solitário coração
Que não sabe sequer dizer ou fazer aquele saboroso molho pesto

Nessa briga vã de mares sem rumo
Que esse coração sempre, sem poder, quer enfrentar
Digo a mim mesmo e com tal intuição e sem nenhum prumo
Que é a hora de infringir seu mais temeroso e invencível mar

Fico quieto por um segundo
Nessa hora de talvez resignação
Vou parar de me encarar e aceitar ser o segundo
Dessa triste, mas verdadeira e triste vocação.


Marcos Silva

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