30 de abril de 2012

Parada de ônibus.


Meus amores estão muito, muito, mas muito tristes
E eu não sei, juro, como deixá-las um pouco mais felizes
Ah! Se eu pudesse lhes ofertar todo o amor que em mim existe
Ou dizer-lhes que no meu lúdico teatro elas são, sem dúvida, minhas únicas e melhores atrizes.

Marcos Silva

28 de abril de 2012

Mais uma manhã daquelas.


Hoje acordei cedo demais pra sentir que já era muito tarde
Só não sei pra qual sentimento meu mundo se revoltou agora
Acho que para a triste e medíocre intolerância humana, que sempre arde
Mas que participo e me puno e me declaro pássaro sem asa e sem... sequer: triste aurora.


Marcos Silva

25 de abril de 2012

Sem controle.



Minha vida anda ultimamente sem controle algum
No mais limiar que isso pode representar
Ou retomo-a pra mim como se eu fosse o número um
Ou decido ser totalmente fiel ao seu declínio, como qualquer altar.


Marcos Silva

21 de abril de 2012

Sequer sei onde é.



Quis fugir para Portugal, mas não pude
Talvez Itália, Minas ou Braúna que nem conheci: falta-me até o ar
Pois são todas tão minhas e tão distantes, que rude!
Ter em meu pobre coração de criança um de adulto a me comandar.


 Marcos Silva

20 de abril de 2012

Sem os prazeres dos deuses.



Decididamente... não me tocaram os aromas dos vinhos
E olha que eu insisti e muito e muito... quase a exaustão
Mas se pra mim só me coube o prazer da embriagues: meu confortável ninho
Como posso reclamar de Deus que só me dotou assim, com esse pessoal alcorão.


Marcos Silva

14 de abril de 2012

Conivente escravidão.


Ao meu independente amar me declaro escravo
Na mais intensa definição desta sofrida palavra
Pois sinto-me, dele, dependente como a rosa é do cravo
Que me declaro fraco, dependente e irremediavelmente: lava.


Marcos Silva

4 de abril de 2012

Bestamente humano.


Estranhamente às vezes preciso muito me sentir responsável
E normalmente por alguém que, naquele momento, só de mim dependa
Mas me faz tão bem, como se me tornasse um ser mais amável
Que chego até entender quem quiz ter filhos para se vangloriar como se fossem, eles, prendas.




Marcos Silva

1 de abril de 2012

O direito ao delírio - Eduardo Galeano.




Colhido generosamente do blog "Todas cores da vida"


Parte do texto:

"Se incorporará aos códigos penais
o delito de estupidez ,
que cometem os que
vivem para ter ou para ganhar,
em vez de viver
por viver e só .
Como canta o pássaro,
sem saber que canta ,
e como brinca a criança ,
sem saber que brinca."


A URL abaixo leva ao próprio autor declamando esse texto completo:

http://www.youtube.com/watch?v=m-pgHlB8QdQ