26 de janeiro de 2012

Rabugices.


Tive da vida uma sensação de mesmice
Que não sei se apenas fiquei sem animo
Tomara que quando chegar à velhice
Eu ria muito disso tudo e aí então dela serei o amo.



Marcos Silva

21 de janeiro de 2012

Apenas poetas...



Biromes y servilletas
Leo Maslíah

Guardanapos de Papel
Tradução ou versão

Voz - Milton Nascimento


Na minha cidade tem poetas, poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas, trombetas
E sempre aparecem quando menos aguardados, guardados, guardados
Entre livros e sapatos, em baús empoeirados

Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares
Onde vivem com seus pares, seus pares, seus pares
E convivem com fantasmas multicores de cores, de cores
Que te pintam as olheiras e te pedem que não chores

Suas ilusões são repartidas, partidas, partidas
Entre mortos e feridas, feridas, feridas
Mas resistem com palavras confundidas, fundidas, fundidas
Ao seu triste passo lento pelas ruas e avenidas

Não desejam glorias nem medalhas, medalhas, medalhas,
Se contentam com migalhas, migalhas, migalhas
De canções e brincadeiras com seus versos dispersos, dispersos
Obcecados pela busca de tesouros submersos

Fazem quatrocentos mil projetos, projetos, projetos
Que jamais são alcançados, cansados, cansados
Nada disso importa enquanto eles escrevem, escrevem, escrevem
O que sabem que não sabem e o que dizem que não devem

Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas
Como se fossem cometas, cometas, cometas
Num estranho céu de estrelas idiotas e outras e outras
Cujo brilho sem barulho veste suas caudas tortas

Na minha cidade têm canetas, canetas, canetas
Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares
De palavras retorcendo-se confusas, confusas, confusas
Em delgados guardanapos feito moscas inconclusas

Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
Que eles vêem nos vão dizendo, dizendo
E sendo eles poetas de verdade enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar do que eles juram que não viram

Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas
Lançadas ao espaço e o mundo inteiro, inteiro, inteiro
Fossem vendo pra depois voltar pro Rio de Janeiro.

18 de janeiro de 2012

Meu amor pra sempre.



Só sei te amar no meu mais frágil e sincero momento
E que se de vãs palavras, e se sempre, as uso só pra me disfarçar
É que nessa hora está exposto meu maior fingimento
E sem amarras assim me declaram amante, amigo e desesperadamente pronto pra te amar.


Marcos Silva

14 de janeiro de 2012

Música cigana.


Tenho um coração cigano que, mesmo que eu não queira sempre, de mim, está escondido
E sempre, sempre e sempre quando mais me sinto frágil é que ele me faz mais falta
Que ao seu encontro quero sempre ir, só não sei se posso fazê-lo, sem culpas, e se será permitido
Mas se não for logo encontrá-lo, não sei se posso continuar, mesmo se for em qualquer medíocre pauta.



Marcos Silva

8 de janeiro de 2012

É sempre assim.


Por que a vida passa tão depressa
Que quando a gente vê já passou
Quando conseguimos perguntar: É mesmo essa?
Já foi a hora, passou, e a gente sequer notou.



Marcos Silva

7 de janeiro de 2012

Verso infeliz.


Nunca faço nada do jeito que eu espero
Sempre sai pior do que eu queria
Me sinto tão mal e tão pequeno que se me desespero
É que sinto que nunca vou me libertar: desconfortável alforria.



Marcos Silva

6 de janeiro de 2012

Doces flores.


Queria que todas as dores não fossem tão doridas
E que fizessem sempre parte da minha felicidade
Pois com elas eu iria aprender que as margaridas
Sofrem com o frio e a chuva forte, mas mesmo assim nos encantam com sua docilidade.



Marcos Silva

3 de janeiro de 2012

Verso feliz.


Queria poder fazer um verso tão feliz
Daqueles que só os palhaços poderiam escrever
E que tocasse todos os corações como um enorme chafariz
Que de tantas cores e de tanto brilho que só as crianças, neles, poderiam crer.



Marcos Silva

1 de janeiro de 2012

Feliz ano novo!!!!!!




Já que eu não vou conseguir mudar a raça humana!

Então...

VIVA EU, VIVA TUDO E VIVA O CHICO BARRIGUDO!!!!!!!!!






Marcos Silva