24 de fevereiro de 2011

Eu tenho medo


Tenho muito medo de sentir dura tristeza e mesmo assim não ter mais medo
Isso me traz sensações das mais desesperadas, febris e desconfortantes
De saber-me forte onde eu fraco me sabia e sempre delicadamente cedo
Em duvidosa manhã sem sol e de garoa desconfortante dos dias frios, mas não para os amantes.




Marcos Silva

22 de fevereiro de 2011

Duvidosas rimas




Quero tanto, sempre e muito, me mostrar, mas não sei se devo ou se posso
Pois dentro desse peito que ostenta esse permissivo colar de negras pérolas
Meu corpo, às vezes, fala antes de mim: meu mais dominante, ardiloso e raso poço
Que de prazeres e sofreres me domina em suas infinitas e rodantes e “aprisionantes”: argolas.



Marcos Silva

20 de fevereiro de 2011

Se de ares e aviões não me permitem, mas o brindo em todos os vossos vinhos


Meu desconheciso Portugal! Por você não posso e nem devo me sentir telúrico
Mas de peito aberto digo a quem que nem sei se ouvir me quer
Sinto-o tão perto e tão palpável qual pertencer-me ou serdes soberbamente o único
Que me quedar em ti seja meu mais renascente e insistente: malmequer.



Marcos Silva

19 de fevereiro de 2011

Nossos corações a nós não pertencem


Eu só sei te amar com todo o amor que tenho
Não sei se é intenso, dependente, frágil ou besta como eu ou num dia solitário, qualquer, era o que você esperava
Mas é o melhor e único que, em mim, fragilmente mantenho
Nesses dias frios que meu coração se sente, apertado, mesmo perto de qualquer doce madrugada.


Marcos Silva

Que cheiro bom de lugar com gosto de infância


Que saudade daquele lugar que da infância me lembra e que sempre me traz
Aqueles momentos tão meus e que como foi que ficaram nesse tão distante passado
Que hoje sequer sinto sua presença e meu peito sente tanto, tanto sua falta e aquela sua paz
Que só o sinto nesse cheirinho de comida de “vó”, de mãe ou daquele delicioso bolo que acabou de ser assado.


Marcos Silva

15 de fevereiro de 2011

Do amor e do amar que não se cabem em nenhum correto coração



Que cada palavra não dita ou nesse amor que apenas sabe-se só e que se possa nele mesmo se evidenciar
Para que todos os nossos corações, e somente os mais dedicados, sem controle e que tem como protetores sempre: umedecidos cílios
Estejam eternamente prontos e capazes de sentir essa fina teia que os envolvem e que os denunciem nesse farto pomar
Para que do amor-maior, que só os bem-aventurados, mas frágeis, são capazes de, sem nada cobrar... senti-los.


Marcos Silva

10 de fevereiro de 2011

Não sei o que fazer ou sentir


Sinto-me tão frágil e réptil nessa melancólica hora
Que de todos os porvires que ainda possam me entusiasmar
Não sei ao certo se posso, nesse triste instante, escolher entre fauna ou flora
Que me permitam deitar-me nessa última, jardim sem relva e, por fim, apenas me quedar.


Marcos Silva

6 de fevereiro de 2011

Reconhecimento do amor


Amiga, como são desnorteantes os caminhos da amizade.

Apareceste para ser o ombro suave

onde se reclina a inquietação do forte

( ou que forte se pensava ingenuamente ).

Trazias nos olhos pensativos a bruma da renúncia:

não querias a vida plena,

tinhas o prévio desencanto das uniões para toda a vida,

não pedias nada,

não reclamavas teu quinhão de luz.

E deslizavas em ritmo gratuito de ciranda.

Descansei em ti meu feixe de desencontros

e de encontros funestos.

Queria talvez - sem o perceber, juro –

sadicamente massacrar-te

sob o ferro de culpas e vacilações e angústias que doíam

desde a hora do nascimento,

senão desde o instante da concepção em certo mês perdido na História,

ou mais longe, desde aquele momento intemporal

em que os seres são apenas hipóteses não formuladas

no caos universal.

Como nos enganamos fugindo ao amor!

Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar

sua espada coruscante, seu formidável

poder de penetrar o sangue e nele imprimir

uma orquídea de fogo e lágrimas.

Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu

Em doçura e celestes amavios.

Não queimava, não siderava; sorria,

Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso,

Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor

Que trazia para mim e que teus dedos confirmavam

Ao se juntarem aos meus, na infantil procura do Outro,

o Outro que eu me supunha, o Outro que te imaginava,

quando – por esperteza do amor – senti que éramos um só.

Amiga, amada, amada amiga, assim o amor

dissolve o mesquinho desejo de existir em face do mundo

Com olhar pervagante e larga ciência das coisas.

Já não defrontamos o mundo: nele nos diluímos,

e a pura essência em que nos transmutamos dispensa

alegorias, circunstâncias, referências temporais,

imaginações oníricas,

o vôo do Pássaro Azul, a aurora boreal,

as chaves de ouro dos sonetos e dos castelos medievos,

todas as imposturas da razão e da experiência,

para existir em si e por si,

à revelia de corpos amantes,

pois já nem somos nós, somos o número perfeito:

UM.

Levou tempo, eu sei, para que o EU renunciasse

à vacuidade de persistir, fixo e solar,

e se confessasse jubilosamente vencido,

até respirar o júbilo maior da integração.

Agora, amada minha para sempre,

nem olhar temos de ver nem ouvidos de captar

a melodia, a paisagem, a transparência da vida,

perdidos que estamos na concha ultramarina de amar.


Carlos Drummond de Andrade

5 de fevereiro de 2011

Imaturo sentimento de mal-amar



Meu amor por ti às vezes se esvai e se esvai
Que acho que nunca mais vai voltar
Mas de repente sinto você ao meu lado como um ai
Que de criança cansada só se pode esperar um raso, morno e malcriado... mas sempre mar.

Marcos Silva

3 de fevereiro de 2011

Como diz na música do Djavan


"Pai e mãe, ouro de mina..."

1 de fevereiro de 2011

LIDIO CARRARO QUORUM 2004


Tive hoje a chance de experimentar um dos ícones da renomada e premiada vinícola brasileira "Lidio Carraro", quer dizer... Não foi bem assim, vamos à história:

Fomos, um amigo e eu, comemorar um ótimo mês de trabalho numa excelente churrascaria aqui na capital de São Paulo na Avenida Rebouças, só para fazer constar ela tem uma carta de vinhos e uma adega climatizada enorme de fazer inveja a muito restaurante sofisticado, bom ao chegar à mesa a carta de vinhos para minha surpresa em vinhos em "Promoção" estava este vinho - Lidio Carraro "Quorum" na verdade só após pedir é que reparei na safra 2004, mas por ser um vinho renomado falei para o garçom que a safra me assustava um pouco, mas vamos tentar, ao colocar na garrafa já reparei em sua cor atijolada e sem brilho, pensei Hum! Não é boa coisa, mas vamos ao sabor, um tanto quanto sem gosto e já com o final acido já para o avinagrado, chamei o sommelier e pedi para que ele experimentasse e ele confirmou que o vinho não estava bom e pediu para o garçom trazer outra garrafa, bem eu pensei vai abrir duas garrafas e jogar fora e ai eu perguntei se este vinho estava saindo bem e sem reclamações, ele confirmou que sim, nessa hora chega a outra garrafa e pronto a mesmíssima coisa, bom pedi um vinho chileno “Carmen - Carmenére” safra 2009 e almocei muito bem.

Conclusão: Vinhos com dois a três anos ou mais só se forem muito baratos, pois se estiverem ruins da pra fazer vinagre ou em ótimos restaurantes que a gente pode pedir e ir jogando fora várias garrafas se não estiverem como deveriam estar!!!!!!!.