20 de agosto de 2011

Rubi - Ai



Composição: Tata Fernandes / Kléber Albuquerque

Deu meu coração de ficar dolorido
Arrasado num profundo pranto
Deu meu coração de falar esperanto
Na esperança de ser compreendido
Deu meu coração equivocado
Deu de desbotar o colorido
Deu de sentir-se apagado
Desiluminado
Desacontecido
Deu meu coração de ficar abatido
De bater sem sentido
Meu coração surrado
Deu de arrancar o curativo
Deu de cutucar o machucado
Deu de inventar palavra
Pra curar de significado
O escuro aço denso do silêncio
No coração trespassado
"Eu te amo - disse.
E o mundo despencou-lhe nas costas. Não havia de sofrer tanto.
O mundo pesa sobre o amor. Leveza dá pena no espaço.
E se teu amor por mais pedra não voar: liberta tuas costas do peso que não carregas.
E se teu amor por mais pena não mergulhar: vai te banhar e olha-te no olhar que não te cega.
Se teu amor te pesa mais que o mundo que carregas: degela-o e deixa-o beber os deltas."
Deu meu coração de ficar abatido
De bater sem sentido
Meu coração surrado
Deu de arrancar o curativo
Deu de cutucar o machucado
Deu de inventar palavra
Pra curar de significado
O escuro aço denso do silêncio
No coração trespassado
Ai!
Ai! Ai! Ai! Ai!
Ai!

19 de agosto de 2011

Rosa


Um nome, uma flor ou uma doce história
Que nos comove , emociona, repele ou apenas se esquece
De todos os amores passados, talvez que nem constem em nossa memória
Mas sem um amor não existiriam, e nenhum coração viveria sem essa prece.



Marcos Silva

11 de agosto de 2011

Um qualquer sentimento



Que qualquer coisa que um dia for, por um desses “qualquer”, dita
Por palavra falada, sentida ou de fútil ou ainda em um medíocre texto
Seja sempre a melhor expressão mesmo que vista como menor ou pior: maldita
De desprezível autor ou poeta, mas que sempre possa guardar seus melhores sentimentos no seu talvez último cesto.




Marcos Silva

8 de agosto de 2011

Perfume




Tá! Chegou a minha mais difícil hora: a de ficar quieto
Para repensar em todos os meus mais frágeis valores
Ou me quedo agora e espero por outro caminho e só o mais reto
Ou me vendo ao mais sujo e burguês sentimento que tem, em si, os piores odores.



Marcos Silva

5 de agosto de 2011

Frágil porto sem barcos.


Sou fraco, frágil, ridículo e humanamente egoísta
Que me conforto com um simples e barato verso ainda que torto
Por não saber-me: grato mais sim: um humano vigarista
De todos os sentimentos que não sei lidar, logo: faço um estável porto.




Marcos Silva