28 de janeiro de 2011
Do coração só restam pétalas
Meu amor é feito de antigos carnavais
Que não existem mais por pura convicção
De tempos sofridos e com tal sofreguidão
Que amar se revela no mais triste dos tempos atemporais
Não quero saber de nenhuma novidade
Que facilite meu simples amar
Pois se não sinto isso no meu coração, mera divindade
O que eu faço daquele imenso e arredio navegar
Esse coração solto dentro do meu peito
A cada instante me diz o que quer transgredir
Pois como escravo e ao seu dispor nem tem jeito
De dizer a ele o que penso e nem pra onde quero ir
Vá em busca de amores e perdidos ideais
Que ao seu lado sou obrigado a estar
Ah! Meu coração sem dono que em mim provocais
O maior de todos os meus, nem sei se, amar ou inexplicável mar
Finjo que dele sou o seu senhor
Mas vivo a sua total dependência capaz
Volta sempre pro meu peito com todo seu amor
E me traz esse sentimento contigo e talvez o mais fugaz.
Marcos Silva
26 de janeiro de 2011
Cor da Flor
Quero que esse teu procurado e atingível nunca-amor
Que mesmo sendo o mais errante sempre irá te fartar de toda poesia sem rima
Ou de prosa sem verso
Te denuncia, ainda assim, como soberana e fértil, mas sempre prosa e cor
Que de flores outras te disfarças, mas em todo começo de primavera quando floresces
Tua alma feminina, imaculada e de determinante único ardor, não te deixa ser o que sempre queres só serdes:
A livre Cor da flor.
Marcos Silva
25 de janeiro de 2011
Difícil descoberta
22 de janeiro de 2011
Portugal em todos nós
Na foto meus bisavós Portugueses.
Quando percebi estava perto demais
Para numa só estrofe poder-te dizer
Ó Portugal me possui e ainda mais
Não posso deste mar-oceano desejar-te só o conhecer.
Esses fados que nem direito ouvi
E mesmo assim tocam em minh’alma sem saber-se de mim
Fazem-me sentir um não sei que por ti
Ah! Essa lusitana alma que nos faz sermos sempre este triste querubim.
Essa voz que nosso coração embarga
Como desbravador de mares e oceanos bravios
Tenta-nos a fazer “cousas” e com que pesada carga
Que navegaremos até no mais buliçoso de todos os nossos rios
Portugal que sensação próxima e distante
Que me recorda a pouco de um tempo
Que nem sei como era agora e nem como era dantes
Mas meu peito só o quer aqui e por isso o contemplo
Nossas almas que de avós Portugueses, vieram e de bom grado.
E que em nossos corações só se germinaram
Como todo “português” que como nós só herdaram
Nossa alma, a ti, só podemos dizer que estamos muitos gratos.
Marcos Silva
15 de janeiro de 2011
Sempre pelas rimas
Só aprendi beber vinho, com meu avô português, e como um odre
Deve ser por fina herança, sobrevivência ou talvez por pura sorte
De beber vinho, só os tintos, para só me embriagar e só ter a rima mais pobre e ”podre”
Mas mesmo assim me orgulhar de ser como meus ancestrais: não da corte e sim dos sem-nenhum-porte.
Marcos Silva
Halkidiki - Limnio/Merlot - Tsantali - 2008
Gostei da idéia de experimentar um vinho grego com uvas gregas a Limnio e a francesa Merlot duma safra até recente 2008, bom comprei no Carrefour logo achei que poderia estar muito ruim que é uma marca registrada dos vinhos desta rede de mercados, conclusão: péssimo, quase vinagre, mas se talvez tivesse sido respeitada as condições mínimas de armazenamento poderia estar muito bom.
Corra, fuja ou use como vinagre, pois joguei fora a garrafa inteira!!!!
Casillero del diablo pinot noir 2009
13 de janeiro de 2011
A Barca dos Amantes
Milton Nascimento
Composição: Milton Nascimento e Sergio Godinho
Ah, quanto eu queria navegar
Pra sempre a Barca dos Amantes
Onde o que eu sei deixei de ser
Onde ao que eu vou não ia dantes
Ah, quanto eu queria conseguir
Trazer a Barca à madrugada
E desfraldar o pano branco
Na que for terra mais amada
E que em toda a parte o teu corpo
Seja o meu porta-estandarte
Plantado no céu mais fundo
Possa agitar-me no vento
E mostrar a cor ao mundo
Ah, quanto eu queria navegar
Pra sempre a Barca dos Amantes
Onde o que eu vi me fez vogar
De rumos meus, a cais errantes
Ah, quanto eu queria me espraiar
Fazer a trança à calmaria
Avistar terra e não saber
Se ainda o é quando for dia
E que em toda a parte o teu corpo
Seja o meu porta-estandarte
Plantado no seu mais fundo
Possa agitar-me no vento
E mostrar a cor ao mundo
Ah, quanto eu queria navegar
Pra sempre a Barca dos Amantes
Onde o que eu sei deixei de ser
Onde ao que eu vou não ia dantes
Ah, quanto eu queria me espraiar
Fazer a trança à calmaria
Avistar terra e não saber
Se ainda o é quando for dia.
Obs. Não sei quem é o senhor do video, mas se gosta do Milton tá valendo.
8 de janeiro de 2011
2 de janeiro de 2011
Chuvas de janeiro
1 de janeiro de 2011
E Daí?
Composição: Milton Nascimento e Ruy Guerra
Tenho nos olhos quimeras
Com brilho de trinta velas
Do sexo pulam sementes
Explodindo locomotivas
Tenho os intestinos roucos
Num rosário de lombrigas
Os meus músculos são poucos
Pra essa rede de intrigas
Meus gritos afro-latidos
Implodem, rasgam, esganam
E nos meus dedos dormidos
A lua das unhas ganem
E daí?
Meu sangue de mangue sujo
Sobe a custo, a contragosto
E tudo aquilo que fujo
Tirou prêmio, aval e posto
Entre hinos e chicanas
Entre dentes, entre dedos
No meio destas bananas
Os meus ódios e os meus medos
E daí?
Iguarias na baixela
Vinhos finos nesse odre
E nessa dor que me pela
Só meu ódio não é podre
Tenho séculos de espera
Nas contas das minhas costelas
Tenho nos olhos quimeras
Com brilho de trinta velas
E daí?
De vulgar divindade
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