31 de março de 2012

Nós pobres humanos.



Todos nós, homens e mulheres, deveríamos apenas nos bastar
Cada qual com seu jeito torto e próprio de sobreviver
Mas parece que alguém precisa querer ser melhor que o outro: que pobre pomar
E assim continuaremos, imbecilmente, diferentes e sem nenhum suportável conviver.


Marcos Silva

26 de março de 2012

Um Portugal, de mim, distante.


Nosso passageiro amor não deu certo
Pois talvez não sejamos almas gêmeas
E sim almas de corações arredios e delicadamente por perto
Que do amar só se sabem reféns e sentimentalmente efêmeras.


Marcos Silva

25 de março de 2012

Solitária condição.



Acho que escrevo só pra mim mesmo, como um ai!
E por pura necessidade pessoal ou solidário desespero
É que se não escrevo parece que o sentimento se esvai
E por medo da perda corro aqui para, sem pudor algum, descrevê-lo...



Marcos Silva

17 de março de 2012

O Vôo do Pássaro.



Que hora é essa agora
Que tenho de ser o que não sou
Mudo e me sinto de fora
Ou fico triste como pássaro que não voou.



Marcos Silva

11 de março de 2012

Profano vinho.





Preciso, urgentemente, apreender a não me incomodar
Com o que o outro tem o direito de mediocremente ser: seu único bilboquê
Pois quem disse que na mediocridade não existe prazer: quem sabe talvez outro ar
Que arrogância a minha em achar que para ser feliz sempre se precisa de um inteligente porquê.


Marcos Silva

10 de março de 2012

Delicada convivência.


Trouxestes pra minha vida algo muito seu
Que sem nenhum pudor ou ciúme deixaste-me sentir
O que de puro e ingênuo existe desse teu doce e arredio coração ateu
Que só crê no mais íntimo sentimento, aquele que não admite sequer o mentir.


Marcos Silva