30 de agosto de 2010

Delicada inverdade


Quando em ti percebo algo de discreta fragilidade
Não é que sinto que você estas simplesmente mentindo
É uma outra coisa muita mais delicada e de intensa infantil-maioridade
Não mentes, apenas sentes algo fugaz que sempre esta se esvaindo.

Marcos Silva

29 de agosto de 2010

Triste do lar rainha



Triste do lar rainha

Um dia me emocionei com uma rainha
Que do lar, por posto “fútil, passável e menor” distinta admiração demonstrava
Mas ao querer vela de perto percebi: mal terminada bainha
Pois de fraca e única retórica era o que de melhor infelizmente tinha: medíocre trava.

Marcos Silva

28 de agosto de 2010

Lobas




A idade da loba

Nas formas do corpo
Nos lábios doçura
No olhar penetrante
Nas mãos ternura

Os anos vividos
Que trazes contigo
O peito aberto
Sem medo do perigo

És forte, é meiga
Suave, corajosa
Delicadamente atraente
Sensualissimamente carinhosa

No toque sutil
Escapam desejos...
Em cada detalhe
O toque de um beijo

De sorriso maroto
Discretamente proibido
Na boca um gesto
Que mexe com a libido

De rendas ou lycras
Nada importa
Dentro desta viagem
Com certeza aportas

Uma mulher madura
No corpo e na mente
Um olhar provocante
Que tira o sossego da gente.

Marcos Silva

22 de agosto de 2010

Minas não te quer perto de ti.


De um filho de pai mineiro

Eu quero uma montanha só pra mim
Nem que seja só por aquele instante
Mas nessa hora como poderoso Idi Amin
Inescrupuloso, mas feliz, sem sequer ser hesitante.

Em Minas sempre me sinto
Contra tudo o que quero sentir
Mas de novo esse coração, de sabor, absinto
Comanda-me a fazer, e só, o querer, infringir.

Não sou dela e às vezes repudio esse querer
Mas ao cansaço mineiro de insistir ao invés de viver
Compadeço-me com aquele náufrago ser
Que se contenta, com tão pouco, quase um sobreviver.

Que prece sofrida me obriga
Se o que quero é apenas ficar aqui
Com todos os meus sentimentos baratos: de lombriga,
E mesmo assim faz-me quedar-me de ti

Minas que em mim me traz
Tudo e muito mais que posso suportar
Me dá um tempo, que preciso, minha pior Alcatraz.
Pra que eu possa suportar esse tão desejado, distante de ti, aquele mar.

Marcos Silva

21 de agosto de 2010

Escravo sem amarras


Se eu pudesse escrever qualquer frase
Seria sempre e insistentemente uma frase de amor
Não dessas de dicionários ou de blogs sem nenhuma crase
Mas daquelas que refletem só o mais puro e honesto propor

Faria primeiramente assim
Chamaria para depor só irrecuperável, mas sóbrio amante
E que ele determinasse quando seria o fim
Se é que fim existe no mais límpido e incontrolável sentimento de Dante

Mas vamos ao assunto amor voltar
Assunto...não! Volúpia ou doença
Que se impõe acima de qualquer ou intransponível mar
Ou se querem minimizar: acima de qualquer tormenta

O tramar como um azul sem cor de mar ou de menor amar
Só sabe-se ou percebe-se ou embriaga-se qual e indeterminado “Se”
Que do amar-mar e inevitável sente-se único e solitário par
Só pode sobreviver na condição mínima de imperceptível letra “Zê”

Tentando resumir o querer dentro de fracassado e fútil peito
Sobre isso do olhar de qualquer coração fosse talvez um dia possível
Me diria de-li-ca-da-men-te assim e meio sem jeito
Deixa teu amor solto que governante de ti, escravo de dono-qualquer, se faz indiscutível.

Marcos Silva

Há idiotice em pauta!!!



Como que uma pessoa com um nariz extremamente sensível a cheiros não consegue identificar os enaltecidos e encarecentes cheiros (aromas) dos vinhos? Simples: Os aromas até existem é uma questão de química, e todos os sentem só não conseguem dar o nome do cheiro que se esta sentindo “memória olfativa”, mas o resto é muita mas muita frescura, você que quer ser um bom beberrão de vinho, deixe essa pedante e tupiniquim idéia de lado e lembre-se que vinho é para beber para cheirar é perfume o resto é para aquela classe antiga e fora de moda: Burguesia e como diria o poeta: “A burguesia fede”.

16 de agosto de 2010

Vinhos Portugueses, Italianos e Espanhóis - Até nunca mais!!!


Após muitas e sofridas tentativas em tomar vinhos Europeus com um preço razoável e de ler num Blog sobre vinhos “batizados” quer dizer que já vem misturados com água, desisto de sofrer e concluo com muito pesar:
A porcentagem de vinhos Europeus intomáveis na faixa de preço até de R$30,00 é de mais de 70%, logo se você não quiser pagar por água suja com preço de vinho, tome um bom vinho Chileno ou Argentino ou até Brasileiro.

15 de agosto de 2010

José Maria da Fonseca - Dão - Terras Altas - safra 2009 - Tinto ou Água?


Segunda e última vez que tento tomar, pois joguei fora a garrafa toda, esse dão do Famoso produtor do Periquita, tinha tomado o da safra de 2008 aguado também, esse 2009: sem gosto, sem taninos com uma estranha fermentantação.
Corra!!!

11 de agosto de 2010

Trivento Pinot Noir 2009: Passou longe demais!


Pinot noir da Trivento que é uma vinícola Argentina: Esqueça todos, pode ser tudo menos Pinot Noir.

É o terceiro de safra diferentes que experimento, nem cor, nem sabor e nem cheiro de PINOT NOIR!!!!

CORRA!!!!!

8 de agosto de 2010

Esconderijo das almas



Uma frase surgiu dento de um coração febril e aflito
Que dizia em cinza e bem baixinho: sussurro desprezado e sem nenhuma cor
Olha bem profundo a imagem da alma: abandonado e sujo palito
Que de boca ingrata se perdeu na esperança fugaz de encontrar ainda, um dia, qualquer calor.


Marcos Silva

6 de agosto de 2010

Não sei se me importa me encontrar ou viver no doce prazer da dúvida



Marias, Suelis, Adilsons, Valmires e tantas outras e tantos outros.
Que da minha vida eu quis que me dessem, de graça, sempre a minha diretriz
Do meu sol nascente-poente como pude assim pensar e agir como potros
Que da vida só se sabem e se não sabem pulam pra se defender e agir como velha e ranzinza atriz.

Ficar a espera daquele olhar de ternura
Que só as mães Deus contemplou
Que doce ignorância e sem nenhuma bravura
Esperar que do céu caísse o que nem sequer um dia se implorou

Fico desconfiado dos dias tolos de ontem
Que só me disfarçava de roupas velhas e sem cores
Que de poentes sem sol ficava a torcer sem do que a vida tem
E ficar a espera de sobreviver a imacular tantos amores

Passa mais um dia, como outros, sem som
E a vida jamais vai esperar qualquer nossa ação
Para que possamos de um ideal ou como o Tom
Fazer de março não um mês, mas uma contagiante canção

Estou a esperar e a esperar e faz tanto, tanto tempo
Que de carnavais de outrora que nem sei se ainda me lembro
Vou um dia ter que decidir qual a fantasia, mas contemplo
Que se esse dia não chegar tentarei não mutilar nenhum dos meus membros.

Marcos Silva

4 de agosto de 2010

Giz de lousa



Desenho com um giz colorido que nunca termina
Em minhas memórias, de dantes, de outrora criança sem pudor
Que de fatos, atos e naufrágios, sempre jorra em mim qual mina
De água pura, cristalina, mas às vezes impura e com certo odor

Essa minha vontade de sempre
Que meu coração não deixa de estar
Me leva e me traz urgente
Pra paz que me pode fazer ainda um dia voar

Ouço aquela canção e me aquece
Esse coração besta, acho que tonto, teimoso e sem dono
Que dos olhos nem se importa se o chorar arrefece
Mas como cão sem lar e sem rumo pede sempre meu colo de novo

Acho que cansado de tentar vou uma hora dessas desistir
Dessa batalha vã, tormenta cotidiana e a sós comigo mesmo
Que me faz escravo do meu próprio cárcere donde não sei sair
Mas que me aquece do pouco da luz que me faz sempre continuar a esmo

Brindo com meu incerto coração
Que se parodia a ele e é por pura emoção
De se não sabe, como ele, se expressar como um vadio cão
De longe me sinto um Dom Quixote só que sem nenhuma ambição.

Marcos Silva