30 de outubro de 2010
Música suave
Quão solto e imenso no meu mundo fico
Mesmo sendo pequeno e normalmente particular
De corações sofridos, mas atentos, às vezes tão ridículo
Mas forte e bravio feito aquele meu, só meu, imenso mar
Coração pulsante, feito destino cruel
De tanto mar agitado nem sequer se perdoa
Da doce e tão crível doçura do mel
Olha este teu amor e pensa! Coração perdido e a toa!
Ah! Este mar a minha volta
Que meu peito apertado o chama
Tanto temo a sua revolta
Que mar! Meu peito diz que te ama e te ama
Coração dentro do meu peito
Feito chama que se inflama
Ao menor risco de carinho, do seu jeito
Se entrega e quão, decididamente sem pudor, frágil se derrama
Vida dos olhos que ao meu controle escorre
Pois como vã dominadora do meu ser
Aos pés do meu coração se põe como a um porre
Que um dia depois a de se arrepender
De palavras sem nexo meu amor sobrevive
Tal música que nem sei por que me tocou
Como ágil Fênix que sempre quer ser livre
Mas cai ao menor vento que a soprou.
Marcos Silva
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