10 de outubro de 2010

Coração bandido



De amores breves e vulcânicos eu sempre vivi
E de suas mais temerosas e assustadoras erupções sobrevivi
E aqui vivo sem saber se até hoje presenciei ou se na verdade decidi
Se esse peito gosta de sofrer ou eu, verdadeiramente, já quase morri

De tanto amar e nem queria saber se era correspondido
Mas esse coração sem vergonha, meu mais ardiloso bandido
Que de veras e mentiras me trapaceava
E nem se quer no mais íntimo do meu calor me respeitava

Ah! Coração sem eira e nem beiras
Que de tristes e prazerosas paixões me retribuiu
De amores fadados a mais de todas: tolas besteiras
E que me contemplavam como rei, besta, de um único rio

Esses amores sem nenhuma avaliação
Que do meu coração se impuseram
Hoje os sinto na mais antiga canção
E sempre, nem sei na verdade, o porquê vieram

Sigo na sua mais tênue caminhada
Que para me fazer um pouco mais feliz
Podia ser uma cara e nobre cavalgada
Mas que insiste em ser ainda a mais tola de todas: meretriz.

Marcos Silva

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