2 de outubro de 2011

Apelo à poesia (Carlos Queiroz)



Colhido generosamente do blog: Alfazemas e violetas

E declamado por Guilherme Gomes (Dizedor)

Apelo à poesia

Porque vieste ?
Não chamei por ti !
Era tão natural o que eu pensava ,
Nem triste , nem alegre , de maneira
Que pudesse sentir a tua falta ...
E tu vieste ,
Como se fosses necessária !


Poesia
nunca mais venhas assim ...
Pé ante pé , cobardemente oculta
nas ideias mais simples .
Nos mais ingénuos sentimentos ...
Um sorriso , um olhar , uma lembrança ...
_ Não sejas como o Amor !


É verdade que vens , como se fosses
uma parte de mim que vive longe ,
Presa ao meu coração
Por um elo invisível .
Mas não regresses mais sem que eu te chame ,
_ Não sejas como a Saudade !


De súbito , arrebatas-me , através
De zonas espectrais , de ignotos climas .
E , quando desço à vida, já não sei
Onde era o meu lugar ...
Poesia
nunca mais venhas assim .
_ Não sejas como a Loucura !


Embora a dor me fira , de tal modo
Que só as tuas mãos saibam curar-me ,
Ou ninguém , se não tu , possa entender
O meu contentamento ...
Não venhas nunca mais sem que eu te chame .
_ Não sejas como a Morte !



Carlos Queirós

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