21 de março de 2011

A difícil arte de sobreviver, sem regras.


Quantos cheiros eu sinto e outros talvez eu nunca sinta
Desses lugares, casas, que eu nunca vou conhecer.
De passados, presentes e futuros nem que eu minta.
Terei tempo de visitar, sentir e sequer neles poderei me esconder.

Ah! Vida bandida, mas vida única e imperfeita,
Que teima em nos provar com tanto sofrimento
Olha aquele passo inseguro e de criança já feita
Mas de olhar simples e verdadeiro e sempre de puro sentimento

Esses olhos de tanto tempo a contemplar
Desse mundo, podre e de pessoas sempre e sempre vãs
Já não me iludo mais a querer daquele, sempre mar,
Me fazer sempre, e sempre querer só amar como aquele triste Pan

Triste, comovido, mas sem ter o que pensar
E a fazer desse mundo que de Lusíadas nem se pode fugir
De tempo e em tempos atemporais e com que falta de ar
Me sinto apenas como meu avô que só queria da vida poder “curtir”

Chega de hipocrisia e de futilidades
Que povo mais indefeso, mas também “traíra”
Que só se sabe pouco e nem conta sua idade
E da maldade a tem como único fim e decadente última saída

Chego e passo e fico com meu olhar de criança
A ter essa indecisa e tão frágil docilidade
De ter ainda uma tênue e quebradiça e cinza esperança
Que a vida, a sós, sempre se sobressaia a toda e qualquer maldade.


Marcos Silva

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